No Alentejo, a manhã começava cedo, muitas vezes ainda antes do sol nascer.
Para enfrentar o trabalho árduo no campo, era preciso reforço logo ao despertar. Chamava-se a isso o “mata bicho” — a primeira refeição do dia, antes do corpo se lançar à faina.

Ao contrário do pequeno-almoço moderno, o “mata bicho alentejano” era rústico, simples e cheio de sustança: pão caseiro acabado de cozer, queijo fresco ou curado, azeitonas, toucinho ou presunto, e sempre um copinho de vinho ou aguardente para aquecer a alma.

Era menos sobre luxo e mais sobre energia, menos sobre pressa e mais sobre partilha.

A expressão “mata bicho” vem de tempos antigos, significando “matar a fome”

A expressão “mata bicho” vem de tempos antigos, significando “matar a fome” que despertava ao romper da manhã.
No Alentejo, manteve-se como um ritual profundamente enraizado: juntar à mesa produtos locais, simples e verdadeiros, que nutriam e uniam.

Este hábito mostra bem a ligação entre a comida e a cultura: não era apenas alimentar o corpo, mas reforçar a identidade de uma comunidade que sabia transformar a simplicidade em riqueza.

Hoje, o “mata bicho alentejano” é memória e tradição, muitas vezes recriado em tabernas e restaurantes que celebram a gastronomia regional.

CREDITOS: https://receitasdoalentejo.pt/