Bolotas. Complemento de alimentação das populações Alentejanas, e como petisco depois de assada!

…um Petisco depois de assada!

Um Fruto seco da azinheira, cujo consumo pode ser feito tanto por homens como por animais.

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História: Pesquisas arqueológicas demonstram que a Bolota foi utilizada na alimentação humana dos primeiros povos da Península. Há vestígios do seu uso na confeção de pão e de uma bebida fermentada, extremamente nutritiva, e que seria comparável à atual cerveja. No Sul do País a mancha de floresta original é constituída por sobreiros e azinheiras (montado), A azinheira é uma árvore de porte variável, que raras vezes ultrapassa os 15 m, e forma larga copa. Por isso, os seus frutos amadurecidos têm tendência a espalhar-se pelo solo em redor facilitando a sua utilização como alimento de gado, sobretudo suíno, que a pasta diretamente. Nas descrições sobre os enchidos alentejanos foi salientada a influência que este produto tem sobre a qualidade da carne de porco. Foi talvez por os pastores notarem a forma como os animais mostram a sua preferência pelos frutos de certas árvores que os levou a experimentarem a sua ingestão, dado que no Alentejo é corrente o ditado popular «… se queres conhecer o teu corpo, abre um porco…». Na verdade, ainda hoje a Bolota é um alimento complementar para certas populações desfavorecidas (dado os seus elevados teores de gordura e proteína), continuando a ser utilizada, depois de seca e moída, para o fabrico de «pão».

Foi talvez por os pastores notarem a forma como os animais mostram a sua preferência pelos frutos de certas árvores que os levou a experimentarem a sua ingestão, dado que no Alentejo é corrente o ditado popular «… se queres conhecer o teu corpo, abre um porco…».

Uso: Como complemento de alimentação, sobretudo das populações rurais, e como petisco depois de assada. A importância da Bolota na alimentação das populações rurais foi tão grande que serve, ainda atualmente, como elemento de decoração de vários doces no Alentejo, já para não referir o seu aparecimento na heráldica municipal.

Saber fazer: Colhem-se as bolotas das variedades mais doces e, se consumidas em cru, descascam-se e comem-se. Se consumidas assadas, torna-se necessário golpear a casca do fruto antes de o colocar ao lume para evitar que estale. Usualmente, nas longas noites de Inverno, as populações rurais assam-nas no borralho da lareira. Também é usual a venda, nas feiras, de enfiadas de bolotas bem secas (aveladas) que aparecem então com um miolo mais escurecido, duro e bastante doce.

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Doce de Bolotas

Cozem-se as bolotas e após estarem bem cozidas, retira-se a casca e a pele. Moem-se as bolotas e pesam-se. Levam-se as bolotas novamente ao lume com um pouco de água e com açúcar equivalente ao peso das bolotas. Deixa-se ferver alguns minutos até secar.
Serve-se em taças com alguns frutos secos, ou utiliza-se como compota para recheio de bolos, barrar em pão…

Sopa de Bolotas

Prepare uma sopa comum de feijão e batata mas substitua a batata por bolotas. As sopas em Portugal em tempos tiveram todas na sua base castanha e bolotas, mas depois dos descobrimentos e da introdução da batata em Portugal, esta substituiu as tradicionais castanhas e bolotas.

Queijinhos de bolota

Esta receita pertence ao livro de Soror Maria Leocádia Tavares de Sousa que professou no Convento da Conceição de Beja.

Ponha 500 g de açúcar em ponto de cabelo e deite 500 g de bolota, pelada e ralada. Junte uma clara de ovo e um pouco de canela. Retire do lume depois de ferver e deixe arrefecer. Com esta massa fina, molde com as mãos uns queijinhos, metendo no meio recheio de ovos-moles.

Azevias

Pensa-se que as azevias eram também elas originalmente recheadas com um doce de bolotas pisadas com mel ao qual era adicionado grão, chila ou feijão.

Foto de https://mesa-do-chef.blogs.sapo.pt/

Receita do Pão/Bolo de bolota

A Farinha:

Apanhar bolotas doces.
Tirar a casca e pôr de molho vários dias, mudando de água frequentemente.
Cozer longamente em água. Os taninos irão tingir a água de vermelho. Recomeçar até que água saia clara. Este passo é fundamental para que os pães não fiquem amargos nem indigestos.
Moer então as bolotas numa mó manual, à romana, (ou qualquer outro método mais moderno), até obter uma farinha.

http://araparigadoblogaolado.blogspot.com/

O Pão:

Para fazer os bolos, seguir uma receita comum do pão (farinha de bolota, água, sal, fermento). Pode torná-la mais atractiva, tal como o fariam os lusitanos, incorporando mel, frutos secos ou um pouco de azeite, já à moda Romana.

(Fonte: Fórum Gastronomia)

*Pode-se adicionar farinha de milho ou de trigo para tornar o pão mais saboroso.

Fonte; https://tradicional.dgadr.gov.pt/

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